sexta-feira, 17 de julho de 2015

Capítulo 82

- Sua barriga está linda! – Fay comenta quando estávamos sozinhas.

- Obrigada! – digo e ela me olha de forma sugestiva, pego sua mão e coloco no local onde David mais chutou nesses últimos dias. – Desculpa sair de lá tão rápido!

- Eu já imaginava, e tudo bem, você veio para perto do pai do seu filho e o que eu quero é sejam felizes! - foi tão rápido a minha saída que nem conversamos direito, ela tinha ficado bem chateada comigo.

- Você vem nos visitar, não é? – abraço-a.

- Com certeza! Acha que vou deixar de mimar o meu sobrinho? – abro um sorriso.

Às pessoas foram se aproximando ao redor da pista, Bruno foi para o piano e eu fiquei ali mesmo, junto de Fay, Ben, Scott e sua namorada.

Enchi os olhos de lágrimas ao ver eles tão sincronizados ao som único e meloso que o Bruno tocou no piano. Aos poucos os convidados iam indo para o meio da pista. Às irmãs do Bruno se soltaram com seus pares, Fay e Ben, Scott e a namorada foram também, alguns meninos da banda já estavam juntinhos de suas acompanhantes.


- Se recusar a dança, ficarei chateado! – ouço sua voz no meu ouvido e me viro.

- Só estava esperando o convite! – abro um sorriso. Bruno estica sua mão e eu seguro-a. Ficamos na lateral mais próxima a piscina.

Encaixei minhas mãos em seu pescoço e ele na minha cintura, David nos matinha distante por segurança. Bruno colocou sua mão esquerda na minha cabeça e faz com que eu encoste a mesma em seu ombro. Meu Deus, eu já estava louca de cansaço.

Tory não havia me contado a sua segunda escolha de música, ela apenas disse que os casais deveriam prestar atenção porque ela era linda. E realmente é. A forma como eu e Bruno dançamos agora, 
David entre nós, a música nos embalando faz meu coração apertar, eu sinto aquele bem conhecido nó na garganta e uma imensa vontade de chorar. Aos poucos seus braços me apertam mais. 

So I'm gonna love you (Então, eu vou te amar)
Like I'm gonna lose you (Como se eu fosse te perder)
I'm gonna hold you (Vou te abraçar)
Like I'm saying goodbye (Como se estivesse dizendo adeus)
Wherever we're standing (Aonde quer que a gente esteja)
I won't take you for granted 'cause we'll never know when (Não vou me livrar de você pois nunca sabemos quando)
When we'll run out of time so I'm gonna love you (Quando vamos ficar sem tempo, por isso vou te amar)
Like I'm gonna lose you (Como se eu fosse te perder)
I'm gonna love you like I'm gonna lose you (Vou te amar como se fosse te perder)

Faço como Bruno, aperto a ponta dos meus dedos em suas costas e fecho os olhos. Eu podia sentir alguns olhares para nós e não queria vê-los. Queria que fosse apenas Bruno e eu.

In the blink of an eye (Num piscar de olhos)
Just a whisper of smoke (Como uma fumaça)
You could lose everything (Você pode perder tudo)
The truth is you never know (A  verdade é que você nunca sabe)
So I'll kiss you longer baby (Então eu vou te beijar longo, amor)
Any chance that I get (Qualquer oportunidade que eu conseguir)
I'll make the most of the minutes and love with no regrets (Aproveitarei os minutos e vou amar sem arrependimentos)

Sinto a minha primeira contração. Bruno separa um pouco nossos corpos e uni nossas testas, fico ainda de olhos fechados e de novo eu sinto uma dor. Não era forte, mas me deixou desconfortavelmente nervosa.

- Me deixa cuidar de vocês, por favor, volta para mim? – ele fala carinhosamente.

- Bruno... Eu... Preciso ir ao banheiro! – falo nos separando e saindo o mais rápido que eu consigo da pista.

Entro desesperada na cabine e tranco a porta. Solto um palavrão enquanto levanto o vestido para ver se tinha acontecido algo. E não tinha. Eram só algumas dores, umas mais fortes e outras pouco mais fracas. Aproveito para fazer a minha necessidade e saio depois de lavar as mãos.

- Aconteceu alguma coisa? – Bruno estava parado na porta de olhos arregalados.

- Dores! – não abro um sorriso.

- Você quer sentar? – pergunta ele e eu fecho os olhos com força e mordo meus lábios. – Isso não são contr...

- Talvez sejam contrações!

- Vai nascer? – seus olhos conseguem dobrar de tamanho.

- Não, a bolsa não estourou!

- Mas você tá sentindo dor!

- Não vai nascer Bruno! – falo e saio andando, devagar, como se eu nunca tivesse sentido isso antes.

- Não me faz enfartar Lívia! – ele me segue e eu dou risadas.

Era muito desconfortável, ela vinha e passava logo em seguida e assim se repetiu umas quatro vezes, na hora eu me assustei porque nunca havia sentido, achei que tivesse nascendo ou qualquer coisa assim, mas não, não tinha nada errado.

Às vezes eu me canso do Bruno assim no meu encalço, mas eu sei que ele está preocupado e tudo mais e agora eu sei que ele quer uma resposta e eu também quero lhe dar ela, mas ainda não estou pronta para isso. Eu prefiro quando ficamos em silêncio e nos entendemos por olhares.

Vamos juntos para a área de descanso atrás da piscina, Bruno senta-se e aponta para si, eu sento e me encosto em seu peito. Tomo a liberdade de afrouxar o nó de sua gravada e ele a retira por completo, sabia que aquilo estava o incomodando, ele como um bom Havaiano não gostava muito de coisas em seu pescoço.

- Pode dormir se quiser! – ele diz baixo.

- Obrigada! – viro minha cabeça e fico com os lábios quase encostados em seu pescoço.

O tempo ia passando, ainda não era tarde e nem o final da festa, mas algumas pessoas já estavam se despedindo e parabenizando os noivos. Eu os olhava de longe, cada qual com um sorriso maior. Eu estava tão feliz por eles. E as dores estavam iguais, porém eu já estava mais acostumada, apenas mordia os lábios e esperava passar.

- Quem é a noiva mais linda? – pergunto alto para o Bruno quando vejo ela se aproximar, ele ri e responde baixinho que seria eu, reviro os olhos.

- Cansei! – ela se joga ao meu lado.

- Levanta essa bunda gorda e vai dançar mais! – empurro seu braço e ela da risada.

- Só se dançar comigo! – ela coloca-se de pé rapidamente e me oferece a sua mão.

- Ei, não vou sobrar e ter que dançar com o Ryan! – Bruno reclama.

- Não disse para ir dançar com o meu marido! Fique longe dele! – ela aponta o dedo para Bruno e depois da risada.

Fomos nós duas juntas para o centro da pista, e apesar de cansada e com dor eu estava fazendo o que ela queria. O DJ tocava “A Sky Full of the Stars”. Ficamos movendo nossos corpos em união, enquanto nossas mãos mantinham-se grudadas.

- Obrigada por ser a minha melhor amiga sempre! – ela para de repente. 

- Obrigada por ser a minha melhor amiga sempre! – repito sua frase e nos abraçamos.

Aos poucos outras mulheres foram se aproximando, deixando seus parceiros olhando tudo de longe. 
Antes do final da música Tory saiu correndo segurando a ponta de seu lindo vestido e foi falar com DJ e quando voltou começou a tocar uma música de Bruno, e que fazia o maior sucesso mesmo depois de tantos anos, Uptown Funk.

Muito mais animadas do que antes as mulheres continuaram a dançar, Kameron e Philip repetiram alguns passos do vídeo para chegar ao meio da pista, Bruno veio depois, ficando no meio deles, Eric, Jamero, John, Dway e o Jay entraram na onda também. Gritos e aplausos eram ouvidos enquanto eles dançavam. Ryan arriscou alguns passos também. As pessoas ao redor deles repetiam alguns passos, outras inventavam seus próprios, outras ajudavam animar com palmas e assovios. Bruno e os meninos tinham uma conexão incrível.

- Que galera animada! – diz o DJ.

Ríamos e movíamos nossos corpos como dava. Eu sentia os olhos de Bruno e o ignorava, sabia algumas pequenas partes da coreografia, mas não iria lhe mostrar isso agora, preferia dançar diferente.

Parei. Olhei direto para Bruno e arregalei meus olhos, depois olhei para o chão. Ainda estava no meio da música e sem emitir som nenhum, falo sobre a bolsa e ele vem na minha direção rapidamente. Tory e várias pessoas viram-se para mim. Eu estava morrendo de vergonha, a bolsa tinha estourado no meio da pista de dança e todos me olhavam. Vejo Ryan acenar para o DJ e ele parar a música.

- Agora nasce! – aperto os ombros de Bruno com a volta daquelas dores.

- Eu... Eu, vamos sentar Lívia! – suas mãos tremiam ao redor do meu corpo.

- O quê? Seu filho vai nascer e você quer que eu sente?

- Hospital Bruno! Hospital! – Tory sai gritando, eu a sigo andando mais devagar e segurando a minha barriga.

- Bruno, vai buscar o carro que eu vou com ela até a frente! – Jaime fala, ela e Tahiti ficam do meu lado. Meu Deus, que vergonha.

- David, meu filho, você poderia ter esperado mais um pouco, querer nascer no meio de uma dança não foi muito legal da sua parte! – reclamo e as duas dão risada da minha cara.

O caminho até a frente do Hotel foi demorado, às vezes eu parava no meio do caminho, apertava a mão de cada uma das meninas e depois de um tempo andavam mais um pouco. Às contrações não tinham um tempo certo e ainda eram suportáveis.

- Dispensa o pessoal, amor! – Tory beija o Ryan.

- Ei... Não! Curte mais, deixa as pessoas aproveitarem mais.

- Cala boca e entra no carro do Bruno! – ela fala nada educada e eu reviro os olhos, ultimamente eu não tinha muitas escolhas.

Deito a cabeça no banco e tento me acalmar. Meu corpo estava quente mesmo com o tempo mais fresco, a adrenalina me tomava conta e o nervosismo me dava mais medo. Depois que chegamos no Hospital não demorei para ser atendida, fiz alguns exames e mandaram eu ficar de repouso e tomar o soro que estimula as contrações. As dores apenas pioravam. Eu tinha quatro cm de dilatação em duas horas de contrações, era bom, mas eu precisava de mais.

- Seu pai, David, é um filho da puta! – falo entre dentes e Bruno arqueia a sobrancelha.

- Por quê?

- Você, me, engravidou! Ah! – agarro o ferro da cama e jogo a cabeça para trás.
Eu tinha vontade de segurar o pescoço do Bruno entre as minhas mãos nessa hora, era uma puta dor que vinha de tempos em tempos e sumia. Eu estava toda suada e Bruno passava um pano em minha testa e pescoço, o que não adiantava muita coisa.

- Meu Deus, filho! – passo a mão em minha barriga dura.

Quatro horas e meia já havia se passado desde que entrei aqui e nada da dilatação aumentar, os quatro cm mantinham-se intactos. Depois de alguns frascos do soro me perguntaram se eu queria tomar um banho, ou se eu queria usar a bola de exercícios, optei por um banho mesmo quando tudo que eu queria era que o bebê nascesse logo.

- Pai, faça lhe massagem nas costas! – a enfermeira diz a Bruno e eu vou para o pequeno banheiro disponível ali.

Enquanto a água morna umedecia meu corpo eu deixei as lágrimas caírem, Bruno fazia uma massagem boa nas minhas costas, mas não aliviava nada, só me deixava mais nervosa por estar nua na sua frente.

- Eu não quero mais! – choramingo para ele.

- Eu queria pegar toda sua dor, mas eu não posso, então seja forte pelo nosso menino. – Bruno diz, eu desligo a água e pego uma toalha para tapar meu corpo e sair dali, mas não consigo, outra contração vem.

- Respira! – ele fala. Apoio minha cabeça em seu peito mantendo meu corpo inclinado e meu peso todo nele, eu não tinha mais força.

Ao todo até agora foram seis horas e meia de contrações, eu havia chego aqui no Hospital às três e pouca da madrugada e agora eram sete da manhã. Meu corpo inteiro estava ficando mole, eu estava cansada da festa, cansada das contrações, estava com dor e medo de acontecer algo com o meu filho. Eu li milhares de coisas sobre isso, sabia que algumas mulheres chegavam a ter quatorze horas de trabalho de parto, mas como uma mãe de primeira viagem eu tremia de medo. O bebê estava na posição certa, o caso se reverteu com toda a movimentação antes e durante a festa de casamento, mas eu não tinha o espaço que ele precisava e isso estava me matando.

- Ela tá sentindo dor há horas, porque porra vocês não podem fazer nada? – eu ouvia a voz do Bruno do lado de fora do quarto.

Tahiti entra no quarto, mesmo que eu tenha pedido que apenas ele e os médicos entrassem.

- Bruno esta tão nervoso como você, mas é comum tudo. – ela senta na ponta da minha cama.

- Eu sei. Mas eu acho que é o meu primeiro extinto mais forte de mãe. – respondo a ela.

- É sim! De agora em diante eles só pioram, acredite! – Tahiti sorri calma. Sinto minha barriga endurecer e fecho os olhos prevendo outra contração e ouço a enfermeira entrar na sala e começar a falar.

- Você não teve o espaço até agora, então sua cesárea foi marcada para as nove, daqui a duas horas. 
Nós precisamos desse tempo e não se preocupe. – diz enquanto ela chega o equipamento dos meus 
batimentos e sai de novo.

- Pelo menos sabemos que em duas horas ele nasce! – Tahiti me dá um beijo na ponta da cabeça e passa a mão na barriga. – Aguenta firme, Hernandez não desistem com facilidade! – sorri e sai do quarto.

Fico em dúvida se ela me chamou de Hernandez, ou chamou o David, que na verdade já é um Hernandez, dou de ombros. Enfermeiras entravam e saiam da sala, o Bruno andava em círculo e toda vez que eu gemia ele colocava as mãos na cabeça, se não fosse tão dolorido eu iria rir dele.

Bruno POV’s

As enfermeiras me mandaram sair do quarto e esperar no corredor, que assim que preparassem a Lívia, viriam me chamar para entrar. Meu filho iria nascer, finalmente, depois de nove meses e oito horas de nervosismo.

Na sala de espera do Hospital estavam Phil e Urbana, Ryan e Tory, Eric e Cindia, os amigos do trabalho dela da Carolina do Norte, minhas irmãs e meu já tinha chego também. Era bastante gente. Os padrinhos eram Ryan e Phil, Tory e Jaime e no fim David ganhou o marido da Jaime e Urbana de brinde.  

- Peter Hernandez, por favor! – a enfermeira me chama e eu vou quase que correndo.
Passo por uma sala onde higienizo meus braços, mãos e rosto e visto uma roupa verde do Hospital, me senti um médico, sorri e entrei. A sala com uma luz principal mais baixa e alguns focos de luz estrategicamente posiciona sobre a barriga dela.

Havia algumas enfermeiras, dois médicos e alguns residentes. Dou a volta em todos eles e vou para o lado da Lívia, beijo sua testa e ela sorri agradecendo por eu estar ali, seguro uma de suas mãos. Eles começam a cortar a barriga dela e eu tento não olhar, mas não aguento. Usam várias ferramentas para chegar ao bebê, eu não sabia que tinham tantas camas assim de pele e derivados.

- Papai, olhe esses cabelinhos! – o médico passa o dedo pela cabeça do meu filho e eu abro um sorriso enorme.

- No três. – outro médico diz alto depois de encaixar o fórceps. – Um, dois, três! – o puxam rapidamente.

- Papai, quer cortar? – o médico pergunta enquanto o  entrega a uma enfermeira, respondo positivamente.

Com as mãos tremulas eu passo a tesoura no cordão umbilical. Seu pequeno corpinho é entregue a outra pessoa e começam passar mil e uma coisas nele, não entendo nada. Olho para a Lívia e ouvimos seu choro estridente logo em seguida. Às lágrimas tomaram conta de nós dois. Beijo novamente o topo da cabeça dela e lhe dou os parabéns. Lívia toca meu rosto com uma mão e o aproxima do seu, nossos lábios se tocam em um selinho demorado.

- Eu amo você! – eu falo por impulso, porém de coração. Lívia apenas abre um sorriso e eu também

- Nasceu! Nasceu! – é só o que eu consigo dizer quando saio da sala e encontro com todos. Meu pai é o primeiro abraçar, em seu ombro eu me permito chorar um pouco mais.

- Como ele é? – Tory pergunta enquanto esta nos braços do Ryan, com os olhos lacrimejados.

- Ah, ele é lindo, forte e...  Mas vai ficar no oxigênio até o final da tarde, seus pulmões enfraqueceram durante as horas de esperada da dilatação dela. – sento ao lado do Eric.


Domingo, dia 05 de Outubro de 2016, às 09:55 da manhã, com 48 cm e 3,065 g David Kendrick Hernandez vem ao mundo.

[...]

- Como se sente mamãe? – depois de horas de descanso e algumas visitas, o medico em conversar comigo.

- Ansiosa para ter o meu bebê nos braços! – respondo.

- Vou manda trazê-lo em breve, ele esta muito bem e não precisará passar mais tempo longe da mamãe! – o doutor diz e eu abro um sorriso. – Amanhã faremos mais alguns exames em vocês e se tudo estiver certo, na manhã seguinte terá alta.

 - Obrigada doutor! – agradeço e ele logo sai do quarto.

O pessoal estava ansioso para ver a gente e como o bebê iria demorar a sair da incubadora, eu pedi para todos irem embora, descansar e assim que desse eu ligaria para avisá-los. Bruno bateu pé para ficar, mas eu queria ficar um pouco sozinha também.

Eu havia tomado a decisão em relação a minha vida assim que o meu filho nasceu, e agora, horas depois eu só tenho mais certeza do que eu quero. Ligo para o Bruno, já no meio da tarde pedindo para ele vir, sem muita demora ele chega.

- Veio correndo? – pergunto sentando-me melhor na cama e ele responde que sim.

- Cadê o nosso filho? – pergunta.

- Já deve estar vindo! – ele senta na poltrona do lado da minha cama e fica em silêncio. – Bruno?

- Eu!

- Você pode cuidar de nós o quanto quiser... E, hm, eu também amo você! – mexo nas minhas próprias mãos e ele vem pra perto da cama.

- Não sabe o quanto eu esperei por essas palavras! –  sorri, ele passa as mãos em meus cabelos.

Dou-lhe espaço na cama para deitar comigo e enfim podermos unir nossos lábios como a muito tempo não fazíamos. Era o nosso melhor beijo, com saudade, carinho, boas vindas.

- Mamãe papai, cheguei com muita fome! – a enfermeira, após bater na porta, entra empurrando o berço dele, David já chega chorando.

Pego meu pequeno embrulho branco pela primeira vez, dou-lhe meu seio e instantaneamente ele se acalma. Passo a mão em seus pequenos cabelos escuros, em seu rostinho, suas mãozinhas e não aguento segurar as lágrimas. Ergo seu pequeno bracinho e o encho de beijos. Ele era tão lindo. Tão perfeito



- Eu te amo tanto! – falo baixinho, enquanto o Bruno toca sua cabeça.

- Que pais babões você, filho! – Bruno passa os dedos abaixo de seus olhos e ri.

Termino de amamentá-lo e o entrego para o Bruno, pela primeira vez. Eu não conseguia explicar a quão apaixonada eu estava pelo meu bebê, eu poderia passar o resto dos meus dias apenas olhando-o. 
Assim como Bruno.

- Vamos ligar para suas Tias loucas? E suas madrinhas? – Bruno senta na poltrona e tira o celular do bolso e já vai discando para as meninas.

- Brunooo! – ouço a voz da Presley.

- Fala baixo porque está no alto falante e meu filho está dormindo em meus braços. – ele responde todo bobo.

- David está com eles, Jaime! – Tahiti quem diz, parece que lá está no alto falante também.

- Chegamos em poucos minutos, Bruno! Beijos! – Pres responde e desliga. Bruno ri e faz piadinha das irmãs e em seguida avisa Phil e Ryan sobre o bebê.

- Meu amor, acabou o nosso sossego! – ele beija as bochechas de David.

Aos poucos as pessoas iam chegando. Às irmãs do Bruno trouxeram balões e flores. Ryan e Tory trouxeram um ursinho de pelúcia para enfeitar o quarto. E assim eles iam se espalhando e babando o nosso filho.

Olho o bebê passar de mãos em mãos de tempo em tempo e fico sorrindo. Bruno deita ao meu lado e me beija, na frente de todos, agora eu não me importava mais.  Eu estava feliz e realizada com o meu filho, com o homem que eu amo, com a família que estava crescendo e com todo o amor que transbordava naquele quarto.

- Obrigado, por tudo isso, amor! – Bruno fala.

FIM.

Bem minhas amoras, esse é o capítulo final, na semana que vem eu vou postar um pequeno epílogo para complementar essa parte e também um agradecimento especial. 
Hoje tentarei ser direta, agradecei especialmente a Cassia por todo apoio e dedicação que ela me deu nesse parto, e por seu uma boa mãe, porque tenho certeza que ela é. 
E por fim, o motivo pelo qual decidi "finalizar" a fanfic hoje, dia 17 de Julho. Há exatos dois anos atrás, apenas poucas horas mais cedo eu postei o primeiro capítulo, liberei a vocês muitos acontecimentos da minha vida, muitos sonhos meus, mágoas e simples acontecimentos do dia. Fico feliz que tenha dado certo e principalmente por cada um que leu, obrigada! Bom, isso é tudo o que eu posso falar por enquanto, afinal acabou, mas falta uma parte! 

Espero que tenham gostado, de coração! <3 Deixem seus comentários, por favor! 

domingo, 12 de julho de 2015

Capítulo 81

- Chega de fotos, por favor! – peço a Tiara.

- Só porque ficaram lindas! – responde ela vindo com a câmera na minha direção.

- Preciso deitar, meus pés irão me matar. – reclamo e ela sussurra “velha”, lhe dou um tapa no braço e rimos. Entro na casa.

Peço uns minutos de descanso e Bruno avisa que sua cama está arrumada e que vai preparar um lanche para nós, agradeço e vou para o quarto. Seu perfume forte denuncia seu banho recém tomado e me faz sonhar com um. Retiro os sapatos, pego as roupas na bolsa e uso seu banheiro.

Meus pés estavam em forma de batata, e o sapato de salto que eu usei para bater algumas fotos praticamente mudou de formato. Tomo banho rapidamente, visto a camiseta larga e vou para sua cama, abraço seus travesseiros e me entrego ao sono.

- O papai está tão ansioso para sua chegada, e você apesar de cansar a sua mamãe a deixou linda com essa barriga redonda. Estou orgulhoso por você, pequeno Mars! – acordo com a voz do Bruno, sem noção de quanto tempo havia passado. Abro um sorriso. – Eu não quis acordar você! – retira as mãos da barriga.

- Sem problemas, e obrigada pelo elogio! Me espreguiço e David da um chute. – Aí!

- O que? – Bruno arqueia as sobrancelhas.

- Um chute na costela! – passo a mão na lateral e ele ri baixinho. Porra, isso dói para um santíssimo senhor caralho.

Vejo-o contornar a cama e pegar a bandeja com o nosso lanche. Que cheiro bom! Tinha uma flor amarela deitada ao lado do copo de suco, cheiro-a. Bruno havia feito torradas, suco e café para ele, já que eu fui profundamente proibida de ingerir cafeína durante a gestação.

- Tá ótimo! – mordo minha torrada.

- Foi de coração! – ele sorri bebendo seu café.

David fazia questão de mostrar que também estava com fome com alguns movimentos que faziam minha barriga mexer por completo. O quarto era tomado por risos do Bruno que ficava folgando no quanto seu filho seria Hooligan, mas que dúvida, não é?

- Brunooooooo, esteja vestido! – Tiara grita do corredor e eu quase me engasgo com o suco e ele da risada.

- Não se faça de ofendida, Lívia! – ela entra e aponta para a minha barriga, fico vermelha. – E com vergonha!

- Tá, deu! – levanto uma mão e os dois gargalham.

Tiara se deita no meio da cama, tendo eu e o Bruno de cada lado seu, e começa a mostrar as fotos. As primeiras fotos ainda na praia, mas já com o pôr do sol.  E as últimas que tiramos aqui mesmo, com todo o trabalho de iluminar uma parede encapada com tecido branco e fazer as ondas nos meus cabelos que antes, estavam liso ao natural.


- Eu disse que ficaram lindas! – Tiara desliga a câmera. – Pena que faltam algumas coisas no quarto do David aqui, se não daria ótima fotos também!

- Podemos fazer quando você estiver quase ganhando! – Bruno diz.

- Talvez! – respondo.

Não sei se iria querer passar por todo esse trabalho de novo, com uma barriga maior e mais pesada do que essa. Do jeito que estou preguiçosa dessas últimas semanas para cá, a minha vontade é deitar e só levantar quando o bebê nascer!

[...]

- Você está linda! – abraço desconfortavelmente a Tory pelas costas. Era o grande dia.


- Acho que vou surtar! – aperta suas próprias mãos.

- Eu estou quase parindo, e você que surta? Ah, não! – reclamo e ela vira-se.

- Acho que estou mais ansiosa para o nascimento dele do que para a festa do casamento! – ela ri e massageia a barriga por cima do vestido.


- Já conversei com ele, né filho? Só pode nascer depois do casamento da Dinda! – abro um sorriso.

- Que horror, vai segurar a criança! Mentira amorzinho, você nascer agora, se quiser! – dou risada.

- Filho, deseje sorte a ela? – peço e toco com um pouco mais de força para que ele se mexa. – Sentiu?

- Ai meu Deus, eu vou esmagar você aí dentro mesmo! – Tory ri enquanto cutuca a barriga.

Agora eu estava literalmente redonda e pontuda, fechamos quarenta semanas a três dias, e o alerta bebê está acesso. Bruno está no meu encalço quase vinte e quatro horas por dia, se não presente, pelo celular. E não posso dizer que não estou preocupada, seria hipócrita, afinal já estou careca de saber que a bolsa pode estourar sim, mas que ele não está no lugar certo. Na hora do parto pode ser que ele se mova, mas até isso acontecer eu estou surtando por dentro, e mais, tenho um Bruno me enlouquecendo e um casamento em poucos minutos


- Moças, estão todas prontas! – o motorista diz e a fotógrafa bate as últimas fotos da noiva no quarto de Hotel. Era a nossa hora.

Tory e nós, as quatro madrinhas fomos todas juntas, tentando a distrair durante o percurso até a Igreja. Era cerca de dez minutos de viagem. Desci primeiro e Bruno rapidamente esticou sua mão para me ajudar a descer. Cher se pendurou no braço do Phil, Mad ficou parada ao lado do Ben, já que eles recém haviam se conhecido, pois ele não pode vir aos ensaios. E Jenifer ficou ao lado do Bruno esperando que ele lhe oferecesse o braço e então eu me aproximei do Matthew, cumprimentei com um beijo e abraço.

- Que barrigão mais lindo! – Matt diz.

- Ai Matthew, não me deixa mais nervosa! – Tory reclama de dentro do carro e ele não entende.

- Ignora, eu estou quase ganhando e ela está surtando! – dou uma piscadela para ele e sorrimos.

- Jura? Parabéns! – diz. Bruno e Jenifer de ajeitam a nossa frente e ele vira para falar comigo.

- Qualquer coisa me chama!

- Fica calmo, Bruno! – aproximo dele e beijo sua bochecha.

Matthew fica com uma cara de interrogação do meu lado e Bruno sorri, eu caí na cena dele direito, ah filho de uma santa mãe! Dou de ombros. Vejo o pai da Tory ao lado da porta e abro um sorriso para ele, faziam anos que eu não o via.

- Pessoal, não se esqueçam do sincronizo, é fácil! – diz a Meghan, uma das cerimonialistas. – E você, fecha o vidro! – ela aponta para Tory e ri. Meghan era um amor de pessoa.

As portas se abrem lentamente mostrando uma Igreja bastante lotada, alguns rostos bem conhecidos e outros nem tanto. Ao longe já vejo o sorriso do Ryan e seu nervosismo. Cumprimento algumas pessoas, como alguns meninos da banda do Bruno, suas irmãs, o Dre e o Lonnie acompanhado de suas esposas e por fim, dou um abraço rápido em Ryan e vou ao meu lugar, ao lado de Matt.

Sem muita demora, Tory entrou ao embalo da clássica Marcha Nupcial. Minha amiga parecia uma princesa, estava maravilhosa! Seus olhos brilhantes, seu sorriso estampado, e mesmo sendo lindo eu continuo sem ter vontade de casar assim, na Igreja ao som da Marcha e com esses vestidos.

Novamente meus pés incomodavam, na realidade não só ele, mas o vestido também. Afinal, nesse tamanho todo é difícil algo que não incomode. Durante a cerimônia Bruno fixou seus olhos em mim, às vezes sorria e outras não, ele percebia que algo não estava legal, e eu achava graça.

- Tudo certo? – ele mexe os lábios delicadamente, para não chamar muito atenção.

- Sim, papai nervoso! – respondo e ele sorri sem mostrar os dentes. Volto a minha atenção a cerimônia.

O beijo deles foi lindo, e ainda mais foi a entrada dos sobrinhos do Ryan com as alianças. Saímos todos em ordem o casal foi recebi com pétalas de flores brancas na saída da igreja. Algumas pessoas foram rapidamente para o Hotel, onde seria a festa, outras aproveitaram para tirar fotos, e outros apenas para conversar. Eu me despedi do Matt fui para o carro com o Bruno.

- Você está muito linda! – ele diz quando se acomoda no banco do motorista.

- Obrigada! Não sou a única né? – arqueio a sobrancelha e passo os olhos por seu tronco. O terno havia caído muito bem para todos os padrinhos.

- Me sinto enforcado! – Bruno puxa a grava, bagunçando todo o nó.

- Não faz assim! – fico de frente para ele e arrumo a gravata novamente, mas dessa vez com o nó mais solto. Ele havia ficado com o pescoço avermelhado. – Quem amarrou? Ficou marcado!

- O ogro do Philip! – ele faz careta. 

- Eu disse que ele estava me enforcado e ele me chamou de fresca! – gargalho.

- Muito gay! – ele ri comigo.

Fomos finalmente ao Hotel, pegamos um por do sol maravilhoso até chegar lá. O Hotel que o pessoal se arrumou foi alugado estrategicamente por seu perto da Igreja, mas o da festa não, ele era quase quarenta minutos de distância, e foi o único que aceitou alugar o salão, que era um dos maiores e mais bonitos, de acordo com o Ryan.

- Meu Deus, que fome! – passo a mão na barriga e David concorda comigo,  pego a mão do Bruno rápido e coloco onde o bebê mexeu.

- Não da nem para acreditar! – Bruno diz sério.

- O que?

- Meu filho! Meu Deus, você tá carregando o nosso filho, Lívia! Tem noção da importância disso? Tantos anos, tantos ocorridos e ele já está quase chegando! – olho seus olhos pouco marejados.

- Eu não acreditava até sentir o primeiro movimento dele! – sorri.

- É surreal e eu só tenho agradecer a você! – me olha.

- Nós também! – aperto sua mão sobre a minha barriga e ele sorri docemente.

No começo eu odiava a forma que esses hormônios me deixavam em relação ao Bruno, agora eu estou acostumado e até me folgo da minha cara, quanto estou sozinha, sobre o quanto eu estou apaixonada por esse homem graças ao empurrão do David, mas ninguém sabe.

O salão preparado apenas com as mesas e a área das fotos, e os fundos, próximo à piscina decorado com uma pista de dança ao ar livre. Luzes foram penduradas, focos de luz de cores variadas foram estrategicamente colocados. E mais ao lado, atrás da piscina uma cobertura com poltronas 
confortáveis para o descanso.


- Sei de uma pessoa que vai se emocionar bastante. – cochicho para o Bruno que concorda. 

Preciso dizer o quanto eu estou apaixonada por todas as fotos desse capítulo?! Meu Deus!
Então gente, conforme eu já havia conversado com algumas meninas, sexta tem o último capítulo, não sei se junto com o epílogo, não decidi ainda.
Espero que estejam gostando, e até sexta, dessa vez, é sem falta mesmo! 

#Falta1


sábado, 27 de junho de 2015

Capítulo 80

[...] Três meses depois.

Minha vida já estava de volta ao normal novamente. Depois de idas e vindas, aqui estava eu em Los Angeles de novo. O apartamento da Tory de dois quartos, sala, cozinha, banheiro e lavanderia este totalmente arrumado e com a minha cara. Foi difícil, mas com algumas ajudinhas aqui e ali eu consegui.

Eu e Bruno estávamos indo bem, inclusive numa das várias vezes que ele veio dormir aqui o seu filhinho lhe chutou, como? Fui recebê-lo com um abraço e quando nossos corpos se tocaram, nosso querido chutou.

Hoje, faltando três semanas para o nascimento do bebê e consequentemente três semanas para o casamento da Tory, irei fazer algumas fotos. Quem vai bater é a Tiara, irmã de Bruno. Tiara criou um cenário na casa dele bem bonito e também iremos a praia bater algumas fotos.

Flashback:

Eram três horas da madrugada e eu me revirava de todas as formas possíveis na cama. Havia visto um programa aleatório que falava sobre o cultivo de melancias, que é nas épocas mais chuvosas, que certamente não é no Outono. Hm, que água na boca!

- Aconteceu alguma coisa? - Bruno atende rapidamente.

- Estou com desejo!

- Em plena madrugada? - ele suspira.


- Pergunte ao seu filho! - abro um sorriso. - Quero uma melancia e um iogurte de morango.

- Como é que é? Não vai dar isso ao nosso filho! - eu amava quando ele falava "nosso", nós estávamos melhorando muito.

- Você conhece o ditado, Bruno! Boa noite! - desligo o celular.

Levantei da cama, e tomei um copo de água, não era exatamente o que eu queria, mas era o que tinha. Fui ao banheiro, deixei a banheira enchendo e coloquei umas músicas para tocar baixinho no celular, afinal são três da madrugada.

Relaxei meu corpo na água morna. Fiz uma massagem na barriga, conforme eu havia aprendido e rapidamente meu filho estava bem mais calmo. Não demorei muito, vesti meu pijama e fiquei deitada no sofá com um edredom por cima, fico de olhos fechados esperando pelo Bruno.

- Que lindo! Enquanto eu corro atrás disso ela dorme! - ouço Bruno resmungar baixo enquanto trancava a porta com a sua chave e ia até a cozinha.

- Ei, não estou dormindo e ainda escuto muito bem! - sigo até a cozinha.

- Que susto, porra! - ele coloca mão no peito e eu dou risada. - Porra!

- Filho, seu papai não está legal, vamos dormir sem a nossa melancia! - viro as costas.

- Não! Apesar de ser muito nojento você vai comer, não dirigi quarenta minutos por nada! - ele tentava cortar a melancia. - Aghrr!

- Me deixa cortar! - tento pegar a faca da sua mão.

- Vai se machucar! - ele fala e continua. Sem sucesso ele levanta a melancia e joga em cima da bancada de mármore da cozinha.

- BRUNO!

- Pronto! - Bruno havia feito pedacinhos da melancia.

- Você vai limpar tudo isso! - digo. Pego o meu iogurte e alguns pedacinhos da melancia e vou me sentar na sala.

Sem demora Bruno senta-se ao meu lado com um pedaço de melancia também, mas sem o iogurte. Ele estava perdendo a melhor parte.

- Ah, isso é nojento Lívia! - Bruno revira os olhos.

- Isso é gostoso! - passo a língua pelos meus lábios e ele respira fundo.

Ele pega o controle e fica pulando os canais e para no seriado SCI Miami. Olho para toda parte da sala menos para televisão e respiro fundo quando aparece David Caruso, ele era o personagem favorito do meu pai. Largo metade da melancia e do iogurte na mesa de centro e escorrego meu corpo no sofá para deitar.

- Só vai comer isso? - Bruno pergunta.

- Aham!

- O que foi? Ficou enjoada? Quer por para fora? - ele larga a sua parte na mesa também.

- Dá para tirar desse programa?

- Por quê? É CSI Miami e o Horatio tá no caso! - diz ele.

- Era o seriado favorito do meu pai, e esse cara aí. - aponto para tv. - O David Caruso era o ator favorito dele.

- Eu... Ah! - ele desliga a televisão rapidamente.

Meus olhos ficam cheios de lágrimas. Los Angeles me faz sentir muito mais a falta dele do que eu imaginava e CSI, nós assistíamos juntos, é bem pior. Bruno levante e estica a sua mão e puxa meu corpo, ele senta-se e eu me encosto-me a ele.

- Nós poderíamos colocar o nome do bebê de David, em homenagem ao seu pai. - enquanto fazia um leve carinho no meu cabelo, Bruno diz.

Eu não espera por isso, virei meu rosto para tocar o corpo de Bruno e deixei às lágrimas escorrer livremente. Esse foi o soco mais lindo que eu recebi no coração.

- Ou não... Esquece essa ideia! Podemos colocar de, hm...

- Obriga por essa ideia, ela é incrível, eu que não esperava por essa sugestão. - digo abafada.

- Desde que toda vez que chamarmos o nome do nosso filho você não chore... - abro um sorriso.

- Obrigada! - continuo encostada em seu corpo quente. Ouço Bruno fazer um baralho com a gargante e logo em seguida o silêncio é tomado por sua voz, agora mais rouca do que de costume.
Não quero nunca te decepcionar (I don’t ever want to let you down)
Não quero nunca deixar essa cidade (I don’t ever want to leave this town)
Porque, no final das contas (‘Cause after all)
Esta cidade nunca dorme à noite (This city never sleeps at night)

Não demorei a reconhecer a música e entender do que se tratava para começar a chorar de novo.

É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am)

Fico na mesma posição, apenas mexe os meus olhos na direção dos de Bruno, quais estão fechados. Ele não faz questão de cantar alto ou movimentar-se, é como uma fala e eu entendo-o.

Então, este é o lugar onde você caiu (So this is where you fell)
E fui deixado à venda (And I am left to sell)
O caminho até o Paraíso passa por milhas de inferno nublado (The path to heaven runs through miles of clouded hell)
Direto ao topo (Right to the top)
Não olhe para trás (Don’t look back)
Virando trapos, as vantagens ficam para uma próxima (Turning to rags and giving the commodities a rain check)

Eu entendia tudo, eu concordava com tudo a tanto tempo, e as provas foram completamente difíceis de acreditar, ainda são. Se eu não o queria? Não queria ver a nossa pequena família em formação unida e feliz? Sempre foi tudo o que eu quis. 

Não quero nunca te decepcionar (I don’t ever want to let you down)
Não quero nunca deixar essa cidade (I don’t ever want to leave this town)
Porque, no final das contas (‘Cause after all)
Esta cidade nunca dorme à noite (This city never sleeps at night)

É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am)

É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am)

Esta estrada nunca pareceu tão solitária (This road never looked so lonely)
Esta casa não queima lentamente (This house doesn’t burn down slowly)
Em cinzas, em cinzas (To ashes, to ashes)

É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am) 

Sinto seu abraço mais forte sobre o meu corpo e um longo suspiro. Aperto minhas mãos em seus braços retribuindo e então ele olha-me. Eu estava sendo levada por esses hormônios misturados em todos os meus sentimentos até ele e não tinha escape, eu já estava aqui.

Flashback Off

- Está pronta? - era Tiara quem me ligava.

- Sim! - afirmo e coloco a bolsa no ombro.

- Estamos dobrando a esquina!

- Manda ela esperar lá em cima, vou ajudar a descer com as roupas!- ouço Bruno falar.

- Bom você ouviu o meu irmão! - Tiara ri.

Desde as minhas consulta no quarto e quinto mês de gestação fui avisada de possíveis complicações no parto por que o bebê não estava se posicionando como deveria e isso se arrastou pelo sexto, sétimo, oitavo e agora no último mês todos estão mais apreensíveis.

Por isso tivemos o chá de fralda tão tarde, eu disse que só iria organizar isso depois que todo o meu novo apartamento estivesse pronto e por depender da ajuda do Bruno que se dividia entre o estúdio e eu, as irmãs dele e da Tory que estava na preparação casamento, demorou tanto. Foi uma grande bagunça estressante.

Antes mesmo de saber que Bruno entraria no apartamento eu senti seu perfume, meu nariz ficou muito apurado com a gestação. Nos cumprimentamos e ele pegou a mala que já estava sobre o sofá e saímos.


Não sei o nome da praia que eles escolheram, mas não era muito longe dali.



Pat, lembra da surpresa? Sei que o seu bebê vai se chamar Davi, mas para ser mais americano o bebê na fic se chamará David. Espero que tenha gostado disso!
E gente, faltam dois capítulos, e COMO ASSIM JULIA? Pois é, apenas dois! Chega de encheção de linguiça e enrolação porque quero começar a próxima fanfic logo! 
Espero que estejam gostando, até daqui uns dias amora! <3 
Não esqueça de deixar-me um comentário! 

terça-feira, 16 de junho de 2015

Capítulo 79

Lívia POV’S

Dormi no apartamento da Tory, que na verdade é a minha futura casa, e acordei toda dolorida. Depois que fizemos o ensaio eu vim para cá e já arrumei algumas coisas minhas aqui e também esvaziei o quarto que será do bebê. Fiquei até tarde tendo ideias para o quarto e até decidi algumas coisas. Foi uma péssima noite de sono.

No meu peito um arrependimento me preenchia e isso me faz ficar acelerada. Tomei suco com bolachas de sal que tinha guardadas e me entreguei ao notebook ainda de manhã cedo, de novo.

Fui acordada desse transe, horas depois, por barulhos na porta, me virei e olhei por cima do sofá alguém entrando, Bruno, ele largou umas sacolas algumas chão e encontrou-me sentada no tapete grosso da sala.

- Eu decidi que o quarto terá tons de azul, amarelo e cinza. Coisas mais alegres e claras. – começo a falar.

Bruno aproxima-se mais do sofá e senta ao meu lado empurrando o notebook das minhas pernas em seguida.

- Não precisa disso! – ele diz e puxa meu tronco para um reconhecido abraço forte. Meu corpo amolece aí.

- Sei que deve querer saber, você terá um menino lindo e forte! – solto dele e pego o envelope da última ultrassonografia que estava ao meu lado, eu havia levado para a Tory ver.

- Estou feliz por você estar cuidando tão bem dele! – Bruno sorri vendo o papel e logo depois suspira. - Eu sinto tanto pela forma que aconteceu e como piorou depois. Errei tão feio que até a vontade de socar a minha já passou, sei que não resolve, eu... Eu descobri quando a Tory mandou uma foto a sua barriga amarrada com um laço azul para o Ryan, não deveria também, mas ele deixou o celular na minha mesa e de repente eu fui verificar as horas e tudo o que vi foi à conversa dele com a Tory. – Bruno fala e eu penso no quanto o Ryan falou convicto no café da manhã, eu nem percebi.

- Ontem eu agi sobre a pressão de algo que me tirava o sono há meses. Sabia que não passaria mais nenhum dia sem que você soubesse do nosso filho, mas o choque da realidade foi mais forte do que quando soube que estava grávida de você e olha, eu perdoo você se é isso que quer saber, não vou esquecer, mas perdoo. Eu passei a noite vendo essas coisas e lembrei-me de quanto eu passava as noites na cama do meu pai e ele dizia que iria ter um momento da vida que alguém próximo iria errar e eu como uma pessoa normal ia surtar e nunca mais querer vê-lo, mas ele disse que era errado, porque as pessoas importantes fazem coisas maravilhosas na nossa vida e nunca reconhecemos, mas aí um erro faz tudo isso, um erro acaba com todas as coisas boas, ele voltava a dizer que o que eu deveria fazer quando essa situação acontecesse era lembrar-se de todas as coisas boas e perdoar. Bruno, eu me lembro de cada coisa boa que você fez, desde quando nos conhecemos, quando o Fred morreu, quando o meu pai morreu e principalmente quando eu fugi de você e fui embora e voltei um tempo depois do nada. Reconheço que errei também, por tanto esqueça o que eu disse ontem, eu sei que magoa, mas a verdade é que quem está voltando a Los Angeles sou eu, pelo nosso filho. Para que ele tenha os familiares presentes, principalmente o pai. Mas não ache que vou voltar para a sua casa e que seremos uma família feliz, essa sim é uma ideia que não existe, porém sempre, a qualquer horário, a qualquer dia você sempre será bem vindo dentro dessa casa, por mim e pelo nosso filho! – eu não olho em seus olhos, apenas para a janela a nossa frente que mostra um tempo fechado prestes a derramar muita chuva.

- Quando disse que não teria mãe melhor para o meu filho, era a isso que eu me referia! – Bruno toca a minha barriga e eu olho. – Você igualmente sempre será bem vinda onde eu estiver.

- Eu sei que seremos ótimos pais! – falo.

O peso que me tirou muitas noites ao pouco ia saindo das minhas costas e aos poucos eu me sentia mais leve, e cansada. Aqui não estava tudo bem, ainda não, mas caminhando para os conformes sim, com o tempo as coisas iriam se ajeitar.

- O médico disse que ele é muito preguiçoso, igual a você! – abro um sorriso ao lembrar da consulta.

- Ei, eu não sou preguiçoso! – ele tenta defender-se.

- Se o bebê não for para a posição certa vamos ter problemas no nascimento. – encosto na barriga. – Ele não está onde deveria.

- Ei pequeno, de acordo com a mamãe eu sou o preguiçoso e não precisamos de mais um então vamos fazer o que deve ser feito! – Bruno fala e sinto seus chutes na lateral da barriga.

- Bruno, me da a sua mão, rápido! – seguro firme sua mão e levo onde ele chuta.

- Ele já tinha ouvido a minha voz? – ele olha para mim.

- Duas vezes enquanto andávamos de carro tocou músicas suas e eu disse que era sua, mas não sei se ele reconhece isso. – falo.

- Eu acho que sim, porque ele está bem animado! – Bruno sorri.

Bruno POV’S

Flashback

- Cara, me alcança a partitura das demos? – peço ao Ryan que estava sentado do meu lado mexendo no celular.

Fico olhando para o caderno e a caneta na minha frente enquanto dedilho a minha próxima música com os acordes quase prontos. Estava ficando ótima. Era só mais uma alteração aqui e ali e sei que ela seria um sucesso.

Larguei o instrumento no lugar, e peguei o celular do Ryan para ver as horas, mas o que vi não foi isso! A tela desbloqueada mostrava uma conversa dele com a Tory e uma foto. Meu coração quase saiu pela boca e minha cabeça deu voltas.

Tory: olha como está o meu meninão!
Ryan: Não acredito que é menino!
Tory: acredite meu amor! O B vai ficar doido.
Ryan: Tenho certeza que sim, se eu já estou imagina ele!
Tory: Guarda isso para quanto tivermos o nosso amor! Haha.
Ryan: Eu sei, eu sei! Haha.

Com o celular ainda na mão eu saí da sala como um furacão e fui atrás dele. Eu não sabia se tremia de raiva ou de surpresa. Entrei na sala, onde guardávamos os instrumentos e todas as partituras, e tranquei a porta.

- PORQUE NÃO ME DISSE? – joguei o celular em sua direção, ele pega rapidamente.

- Que? – seus olhos dobram de tamanho quando ele entende o que eu quero dizer. – Eu...

- VOCÊ DEVERIA TER ME CONTATO, RYAN! – coloco as mãos na cabeça e viro de costas para ele.

- Não, eu não deveria, assim como não fiz. – sua voz mantém o tom.

- Por quê?

- O filho não é meu, se eu não contei foi porque certamente alguém decidiu assim a decisão não foi 
minha não me culpe pelo seu erro! – Ryan aponta o dedo para mim.

- Minha? Ah, pelo amor de Deus! – jogo as mãos para o alto.

- Claro que sim, não fui eu que fiz esse filho e ela sozinha muito menos, então sim, se existe culpa saiba que metade dela é sua, então não exija de mim algo que eu não tenho obrigação de falar. – ele joga a pasta na mesa, destranca a porta e some.

Faço o mesmo caminho que ele, pego as minhas chaves e aviso os meninos que por hoje, estavam liberados, era pouco mais de duas da tarde, mas eu não me importava com isso. Cheguei em casa em menos de vinte minutos.

Peguei uma garrafa de whisky e fui para perto da piscina com ele embaixo do braço. Sento na borda e coloco os pés na água. Já não sentia mais raiva, só surpresa. Queria saber por que ela escondeu isso por cinco meses, eu tenho um filho de cinco meses e nem sabia.

Olho o celular do meu lado e fico pensando em ligar, pedir explicações e desisto. Eu espero que ela tenha uma ótima razão para não me contar e principalmente, que isso não demore.

Meus pensamentos voam com o passar do tempo que fico ali, imagino o quarto ao lado do meu todo decorado em tons claros, cheio de bichinhos e todas essas coisas que bebês usam. Imagino que com o tempo, um chorinho agudo no meio da noite e no futuro um pequeno eu correndo na volta da piscina.

Flashback off

Aos poucos o corpo dela foi amolecendo ali no sofá e eu me vi obrigado a levá-la para o único quarto que tinha uma cama. Peguei no colo e cuidadosamente larguei seu corpo na cama. Ela deu um suspiro longo e aconchegou-se melhor. Encostei a porta e voltei para a sala.

Coloquei o que eu tinha comprado na mesa da cozinha e organizei para ela almoçar assim que acordasse. Fiquei meio perdido no que fazer, sentei no sofá e voltei a olhar a ultrassonografia do meu filho. Ele era tão pequeno.

Tirei uma foto da ultrassonografia e coloquei no chão onde estava. Voltei ao quarto, beijei a testa da Lívia e em seguida a barriga.

- Seja lá o que for acontecer daqui para frente, quero que saiba que sempre estarei aqui, e amar você vai ser a única coisa que não irei permitir erros!  - faço um leve carinho na barriga e saio do quarto, não iria ficar aqui.

Lívia POV’S

Acordei eram quase uma hora da tarde, me assustei com a hora. Me vi deitada na cama e lembrei de quando fui trazida para cá e até da voz do Bruno conversando com o bebê. Sorri. Me espreguicei e levantei.Tomei um banho rápido e guardei o que eu levaria de volta na mala e a carreguei para perto da sala. 

O apartamento estava completamente silencioso e com um cheiro ótimo de comida. Vou até a cozinha e vejo um prato, suco e salada com um bilhete ao lado.

“Espero que ainda seja o seu prato favorito! Bom almoço, não se esqueça de aquecer! Beijos, Bruno.”

De certa forma isso tudo estava começando a me fazer bem, Bruno mostrando-se interessado em qualquer coisa que vá fazer bem ao nosso filho me deixa completamente satisfeita. Esquento a comida e devoro tudo, eu estava comendo o dobro do que comia antes, é estranho!

Troco algumas mensagens com o Bruno sobre o almoço e sobre o meu voo daqui a pouco. Não dou bola ao seu interesse. Organizo as coisas na cozinha e ligo para o taxista, eu tinha que voltar para Carolina e se eu demorar muito vou perder o voo! Desço e sou obrigada a pedir um guarda-chuva na recepção, o mundo está se acabando de tanta água.

- Esperando algo? – ouço a voz do Bruno, um pouco distante.

- Um táxi! – vou a sua direção.

- Não mais! – ele sorri. Bruno pega a mala da minha mão e vai colocando no porta malas, não iria negar uma carona, não nessa chuva.

- Muito obrigada! – agradeço quando ele abre a porta e fecha em seguida que eu entro.

Olho ele contornar o carro e acomodar-se no banco do motorista. Ficamos em silêncio durante todo o caminho. Mas dessa vez não era aquele silêncio crucial e estranho.

Tento fazer o check-in e sou impedida por motivos de voo cancelado. Que ótimo. Eles não tinham nem previsão de quando os voo seriam liberados. Era mesmo o que me faltava.

- A senhora preguiça de um Hotel para ficar, até que sejam liberados os voo? – o homem que faria meu check-in pergunta.

- Não, ela não precisa obrigada! – Bruno sorri gentilmente ao homem enquanto pega a minha mala.

- Ei, como assim não? Não posso ficar no apartamento da Tory assim, aliás, eu não posso nem ficar aqui porque amanhã eu trabalho! – passo as mãos no cabelo.

- Você vai ficar na minha casa porque realmente não tem como ficar no apartamento da Tory, e bom, você ganhou um dia de folga graças a chuva! – ele estava feliz, como pode?

- Aaah, Bruno! Não!


- Me deixa curtir o meu filho só um pouco? – abro um sorriso com aquele par de olhos cheio de brilho. Ah, o que eu mais odeio na gestação são esses hormônios! 



Eu bem que iria continuar esse capítulo, mas vi que ele tá grande e deixei as emoções para o próximo! O que estão achando? Tem bem pouquinho comentário. 
Até daqui uns dias, espero que possam comentar para eu saber o que estão achando. Beijos! 

sábado, 13 de junho de 2015

Capítulo 78

Assim que desembarquei, por volta de onze horas eu e Tory compramos comida e fomos ao seu antigo apartamento. Ela me contou que suas coisas já estavam na casa nova e ali nas caixas espalhadas pela sala só tinham coisas que ela iria doar, e o resto tudo ficaria, era muita coisa. 

Num dos quartos tinham presentes para o bebê, várias roupinhas, algumas meias e muitos sapatinhos que eu tinha vontade de usar de chaveirinho.

- Quero dizer que essas roupinhas não vão sair daqui a não ser que você m...

- Elas não vão precisar sair, outras vão vir! – eu olhava ao redor do quarto enquanto estava de costas a ela. 

- Eu não quero pressionar, eu sei que é errado, só que...

- Você fala de mais, Tory!  Eu decidi não se preocupe com isso! Nós viremos antes do seu casamento! – viro para ela. 

- Você de volta é o melhor presente de casamento que eu poderia ganhar! – ela solta um suspiro de alívio e eu abraço-a da melhor forma possível. 

- Obrigada por ser a amiga mais insistente que existe! Por fazer mais o que deve, por ser mais do que parece ser! – olho em seus olhos brilhantes. 

- É por isso que o Tio Tony sempre disse que eu era a filha adotiva dele! – ela fala do meu pai e eu fico emocionada, a gravidez é um saco por causa dos hormônios.

- Eu estive pensando, o bebê terá apenas um Vovô! – fomos para a sala e sentamos-nos no tapete.  

- Aqui ele terá um, mas sempre será lembrado de duas Vovós, um Vovô e outro Tio! – ela cita o Fred. 

Parei no tempo com a frase. O Fred. Ninguém imagina o quanto ele me faz falta, ele e o meu pai claro, foram acontecimentos tão rápidos que quando eu lembro sinto uma dor inexplicável. Penso em como seria se eles estivessem aqui no nascimento do meu filho, no quanto o Fred seria presente e o quanto o meu pai seria babão. 

[...]

Acordei no dia seguinte com uma chata dor de cabeça e não tive muito tempo, tínhamos que estar na Igreja o mais cedo possível e agora eu não tinha como esconder a barriga de ninguém, as roupas não deixavam mais. Eu não tinha mais chances de ter qualquer pensamento rápido antes de ver o Bruno.  

Saí do quarto, pronta e os dois tomavam café da manha juntos na cozinha. 

- Bom dia amor da Titia! – Tory manifesta sua animação logo de cara. Contorno a mesa e dou beijo no Ryan, em seguida nela. – Posso? – diz colocando a mão na barra da minha blusa e puxa um pouco para cima. 

- Se concentra Victoria! – eu falo séria. 

- Um dia ele descobre Liv! – Ryan se manifesta. Abaixo minha roupa e sento para tomar café com eles. 

- Se você abrir a boca eu corto seu reprodutor fora! – aponto uma faca na direção dele. 

- Se toca garota, se você engravidou a culpa não foi do meu noivo! – Tory o abraça e lhe dá um beijinho, começo a rir.

Tomamos café sem demorar muito, eu comi uma fatia de pão de forma com pasta de amendoim e um copo de leite e definitivamente aquela foi a minha pior ideia. Pasta de amendoim? Merda! 

Na Igreja, conforme nós nos aproximávamos da entrada eu ouvia a voz dos meninos, perguntei aonde era o banheiro assim que parei na porta e voei para lá sem dar-lhes oi. Senti o café da manhã voltar de novo, tranquei a respiração por alguns segundo e depois respirei fundo, passando a mão tremula na testa. 

Minha cabeça latejava e meu café da manhã estava em modo roda gigante dentro de mim. Passei a mão pela barriga e respirei fundo várias vezes, mas não funcionava até que num rápido gesto eu me abaixei e coloquei tudo para fora, sentindo um alivio instantâneo. Isso só aconteceu uma vez desde que os vômitos pararam de acontecer e isso é devido a nervosismo. 

Não levou segundos para sua voz aparecer do outro lado da porta e milhares de coisas serem ditas sem parar.

- Quando eu descobri que a grávida era você eu pesquisei muito sobre essas coisas de semanas e meses e gestação, e então fiquei feliz. Meu cálculo não estava errado, o filho é meu, é nosso Lívia! Eu não poderia cometer um erro melhor, eu não poderia ter sido um filho da puta melhor, porque eu nunca faria isso se não você com você! O que eu quero dizer é que eu não escolheria mãe melhor para essa criança que não fosse você, apesar dos pesares. Só fiquei chateado que conforme os dias iam passando eu continua sem receber um sinal seu.  – a cada palavra era mais difícil eu conseguir segurar as lágrimas. – Quando eu olhei para você hoje, ah, eu não sei explicar a sensação. Porra, eu vou ser pai. Eu queria ter sido o primeiro a ficar sabendo, eu tinha esse direito, mas eu entendo o seu lado, infelizmente. – ouço uma batida leve na porta e logo depois suspiros do Bruno. 

Lavo a minha boca e fico numa briga interna de abrir ou mandá-lo embora e no fundo eu sabia que eu tinha perdido a briga a partir do momento que ele me viu, ele tinha todos os direitos e eu não tinha como fugir, e nem queria a essa altura. Destranco a porta e ele toca a maçaneta, a segurando e logo 
depois empurrando a porta. Seus olhos param por um tempo na barriga.

- Eu... Eu posso? – ele troca olhar entre os meus olhos e barriga. Levanto a camiseta e seu toque quente me faz arrepiar, Bruno se abaixa e deixa sua boca próxima a minha barriga. – Eu estou tão feliz por você estar bem aí dentro, você tem uma mamãe muito boa e olha bebê, o papai e a mamãe erraram, mas quero que saiba que a partir de agora eu quero as coisas certas para você. Eu... Eu amo você! – fecho os olhos com força e mordo os lábios ao sentir a boca dele tocar minha pele. 

- Bruno! 

- Podemos conversar em outro lugar? – ele se levanta e eu abaixo a roupa e seco o meu rosto. 

- Não Bruno! Eu sei o que você quer e eu lhe mandarei fotos da barriga toda semana e sempre lhe contarei como serão as consultas e quando o bebê nascer você pode ficar uns dias lá em casa, e quando você voltar para sua casa e o bebê estiver maior nós dois nos revezamos as viagens para você poder vê-lo. Certo?  

Bruno POV’S

- O que? – pisco várias vezes e tento assinalar suas palavras que agora eram totalmente frias. 

- Você entendeu! – Lívia fala e sem rodeios sai andando pelo corredor e eu sinto milhares de socos na barriga.

Se isso não foi uma forma de impedir que eu me aproxime da criança, eu não sei então que foi. Bem, eu não imaginava que ela voltaria correndo para os meus braços ou que sei lá, mas eu também nunca iria imaginar tamanha frieza vindo dela depois de tudo que eu falei, e pior, que ela iria virar as costas e sair andando sem mais detalhes. 

Voltei para aonde estava tento o curso, que já havia começa há tempos, e me posicionei ao lado do Phil. Não prestei atenção em nada. Às horas iam passando e às vezes eu a olhava e via concentrada em algo que não estava ali, com a mão posicionada na barriga ela olhava a um ponto fixo qualquer dali. Ao ver ela ali quem saiu fora de órbita foi eu. Uma criança com os traços da Lívia e alguns meus, correndo na minha casa na beira da piscina e ela gritando para tomar cuidado enquanto no domingo nós almoçávamos juntos na rua. 

Era hora do almoço, às mulheres foram buscar comida num restaurante próximo e nós ficamos sentados nos carros, uns dentro e outros escorados do lado de fora. 

- E aí, Bruno, você saiu com uma cara daquele banheiro que parecia que tinha comido merda! – Phil fala.

- Não comi, mas ouvi! – bufo e coloco a cabeça entre as pernas. 

- Cara, eu espera isso, na verdade conversei com a Tory e ela disse que esse dilema de contar ou não da gravidez foi grande, ela está insegura com relação a esse mundo novo então vai à calma, uma hora ela vai ser mais flexível. – Ryan fala. 

- Flexível? Ela simplesmente disse que cederia uns dias na casa dela quando o bebê nascesse e depois que eu fosse embora e ele estivesse maior nos iríamos revezar as viagens. Eu nem sei o sexo do bebê, quer dizer, eu sei, mas queria que ela me contasse! – amasso uma garrafinha de água vazia que tinha na mão. 
- Não vai ser assim, você vai ver! – Ryan se cala e as meninas voltam com as comidas compradas. 

Almoçamos daquele jeito mesmo, uns dentro do carro e outros na calçada e logo voltamos para dentro da igreja para o resto do curso, que por sinal era uma bobagem, depois de sabermos nossas posições o resto era mero detalhe. 

Eu era o par da Jenifer, uma amiga da Tory e a Lívia era fazia par com o Mett e eles trocavam sorrisos às vezes e cada vez que eu via ficava mais irritado, será de provocação? Não, da Lívia não, ela não é assim. Philip apenas observava tudo com a Madson pendurada em seu braço. Depois de várias entradas na Igreja todos acertaram os passos e finalmente poderíamos ir embora. 

Despedi-me rapidamente dos caras e fui embora logo, não por mal, mas não aguentava mais ficar ali.


Cadê os meus comentário? :'( uahsuah mentira. Sei que estavam ansiosas por esse acontecimento quase épico, então espero que tenham gostado e que comentem! :P Confesso que o próximo está bem amorzinho!

Até mais!